Oportunidades e desafios
Para a América Latina
Empresas em 2024
Para a América Latina
Empresas em 2024
O ano de 2024 representa uma janela de oportunidade para as empresas latino-americanas. Após os anos de pandemia e a recuperação económica nos Estados Unidos, prevê-se que o crescimento do PIB regional se situe entre 2,3% e 2,5%, com o México e a América Central a liderar. A descida das taxas de juro abre possibilidades de investimento em infra-estruturas e projectos com retornos atractivos. No entanto, o aproveitamento desta situação dependerá em grande medida da gestão do talento humano e dos estilos de liderança adoptados pelas empresas.
De acordo com um estudo realizado pela Kingsley Gate e pelo Financial Times sobre os processos de tomada de decisão, a incorporação de novos funcionários e executivos tem sido o principal fator de melhoria em muitas empresas. No entanto, para que possam inovar, é necessário dar-lhes um elevado grau de empowerment e de autonomia. Caso contrário, é provável que procurem novos horizontes, uma vez que 79% dos líderes latino-americanos consideraram demitir-se por não se sentirem suficientemente capacitados.
No entanto, o empowerment não implica uma liberdade absoluta. Os executivos pedem-na para poderem ser criativos e envolver democraticamente as suas equipas, os accionistas e o conselho de administração. As empresas regionais tendem a ser mais democráticas e criativas do que as convencionais, devido à escassez de dados concretos para orientar as decisões. Daí a importância de combinar a visão e a sensibilidade dos fundadores com as competências de gestão dos novos executivos.
Em suma, 2024 oferece grandes oportunidades de crescimento na América Latina. Mas nem todas as empresas serão capazes de aproveitá-las. A capacidade de atrair e reter os talentos certos, juntamente com a modernização dos estilos de liderança, serão factores decisivos.

Janela de oportunidade para baixar as taxas de juro
A recuperação económica nos Estados Unidos e o seu interesse crescente na região impulsionam o crescimento esperado de 2,3-2,5% em 2024, após os difíceis anos de pandemia. As taxas de juro mais baixas abrem uma janela de oportunidade, por várias razões:
- Permite que os governos promovam projectos de infra-estruturas que tenham sido adiados devido à falta de financiamento.
- Facilita os investimentos de capital em empresas altamente rentáveis. O capital privado e o capital de risco consideram o retorno potencial atrativo.
- Reduz o custo de oportunidade de não fazer nada e motiva a procura ativa de novas oportunidades.
O talento humano como fator-chave
Tirar partido da situação dependerá da gestão dos talentos humanos. É previsível uma "guerra" para atrair perfis qualificados. O estudo do Financial Times sublinha o contributo dos novos empregados e dos executivos para melhorar a tomada de decisões nas empresas. Mas para que possam acrescentar valor, precisam de autonomia e de se sentirem capacitados. Caso contrário, é provável que procurem novas direcções.
Setenta e nove por cento dos líderes regionais consideraram a hipótese de se demitirem devido à falta de empowerment. Este facto contrasta com 62% a nível mundial, o que faz com que seja um aspeto especialmente valorizado na cultura latino-americana.
Liderança democrática e não autocrática
No entanto, pedir empowerment não implica uma liberdade absoluta. Os executivos pedem-no para poderem ser criativos e envolver as suas equipas na tomada de decisões. De facto, as empresas latino-americanas tendem a ser mais democráticas do que as de outras regiões.
A escassez de dados concretos obriga a uma gestão mais criativa e intuitiva. Por conseguinte, é fundamental combinar a visão dos fundadores e dos accionistas com as competências de gestão dos novos executivos para capacitar as suas equipas. A capacitação bem compreendida melhora a tomada de decisões colectivas.
O desafio de alinhar os estilos pessoais e empresariais
Existe um aparente paradoxo nos resultados do inquérito: 62% dos executivos latino-americanos afirmam estar satisfeitos com o processo de tomada de decisões nas suas empresas, mas apenas 37% consideram que o estilo é semelhante ao seu.
Este facto pode dever-se a duas razões. Por um lado, as empresas estão a incorporar perfis mais inovadores, com abordagens diferentes da cultura existente. Por outro lado, talvez não esteja a ser dada atenção suficiente ao alinhamento de estilos durante a procura e seleção de executivos.
Seja qual for a causa, é fundamental discutir abertamente as expectativas e a gestão da autoridade. É a única forma de aproveitar a janela de oportunidade que se abre em 2024 e de gerir corretamente os talentos disponíveis.
Para concluir, Karin Brandes refere uma conclusão surpreendente do estudo efectuado com o Financial Times: 62% dos executivos latino-americanos dizem estar satisfeitos com os processos de tomada de decisão nas suas empresas, mas apenas 37% sentem que o estilo é semelhante ao seu. Este facto pode dever-se a duas razões.
Por um lado, as empresas estão a contratar perfis mais inovadores, com abordagens diferentes à cultura existente. Por outro lado, talvez não esteja a ser dada a devida atenção ao alinhamento dos estilos pessoais com os da organização, tanto na procura de executivos como na sua posterior integração.
No final, o aproveitamento das oportunidades actuais dependerá, em grande medida, de uma gestão adequada dos talentos, das suas motivações e da sua adequação cultural a cada empresa.


